CÂMARA MUNICIPAL DE MÉRTOLA COM O PROJETO “FRANCELHO DE MÉRTOLA” RECEBE MENÇÃO HONROSA NOS PRÉMIOS ICNF 2017 – UMA IDEIA NATURAL
A Câmara Municipal de Mértola recebeu, no âmbito do Prémio ICNF 2017 - Um Ideia Natural, uma menção honrosa com a candidatura do projeto Francelho de Mértola direcionado para a manutenção e/ou acréscimo da população de Peneireiro-das-torres (falco naumani) residente na vila de Mértola, onde reside a única colónia urbana nacional desta espécie de falcão vulnerável a nível global e nacional.
De acordo com dados do Parque Natural Vale do Guadiana, em 2001 existiam 68 casais de Peneireiro-das-torres na vila de Mértola. Em 2017 registaram-se 39 casais o que significa um decréscimo de quase 43% na população.
Localmente as causas identificadas para este decréscimo de polução estão relacionadas com a perda de habitat de alimentação e de habitat de nidificação. É ainda apontada com menos expressão a competição interespecífica pelos locais de nidificação, nomeadamente por gralha-de-nuca-cinzenta Corvus monedula e pombo Columbalivia var. doméstica.
Face a este quadro de decréscimo populacional no núcleo urbano de Mértola, a Câmara Municipal de Mértola tem vindo a apoiar as atividades de conservação levadas a cabo, localmente, pela equipa do Parque Natural Vale do Guadiana, nomeadamente, através da oferta de caixas ninho.
O projeto, candidatado, surge na sequência deste trabalho de colaboração e fundamenta-se quer pelo seu valor natural e conservacionista quer pelo seu valor simbólico. Este é um projeto que pretende afirmar uma comunidade local que preza e valoriza o seu património no sentido lato; não apenas o edificado, monumental, histórico, cultural ou etnográfico, mas também o seu património natural.
Ainda que não tenha sido objeto de financiamento, a Câmara Municipal pretende dar seguimento às ações integradas no projeto, estando já a equacionar novos apoios e formas de financiar as ações previstas.
A população urbana de Peneireiro-das-torres da vila de Mértola, carece desta atenção especial, sendo entendida pela Autarquia como símbolo da resiliência de uma vila do interior do Alentejo, despovoado e envelhecido que resiste à ameaça da desertificação e vê no seu património cultural e natural o caminho para a sustentabilidade futura.
Foto - Miguel Rolo